O mercado imobiliário vai “arrefecer” (mas o preço das casas nem por isso)

A falta de oferta em Portugal é um dos fatores a ter em conta para que os preços das casas não desçam nos próximos tempos, mesmo num cenário de incerteza e de uma redução esperada nas vendas. Para quem quer dar esse passo, o conselho é simples: se o banco não lhe dá tanto, baixe as expectativas, opte por uma casa mais...
28 set 2022 min de leitura

Subida das taxas de juro, diminuição do poder de compra, restrições no crédito à habitação. A tempestade perfeita para quem quer comprar casa está a formar-se. Por agora, os efeitos ainda não estão a ser sentidos pelas principais redes imobiliárias em Portugal. Mas ninguém descarta que os próximos meses tragam um cenário de quebra – ou, na melhor hipótese, de “estabilização” – no número de transações.

“O mercado vai arrefecer. É normal”, resume Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário. A consultora estima que, de junho a agosto, tenham sido vendidas 37.900 casas em Portugal, uma quebra de 8% face ao resultado do primeiro trimestre.

Contudo, os responsáveis da Century 21, Keller Williams (KW) e Era asseguram à CNN Portugal que os resultados das empresas, pelo menos até agosto, estão a crescer face ao ano passado – a dois dígitos, inclusive. Mas não escondem que os próximos meses poderão trazer mudanças nos balanços.

“O mercado está resiliente e não se nota pânico. É natural que possa existir, a partir de agora, uma pequena contração”, afirma Rui Torgal, diretor-geral da Era em Portugal. Já Ricardo Santos, que lidera a Century 21 em Portugal, argumenta que é “inevitável a estabilização do mercado”.
 

Na KW, diz Eduardo Garcia e Costa, “o crescimento continua muito forte mas abrandou nos últimos quatro meses”. “A grande certeza é de que a procura vai diminuir. A grande incerteza é o que vai acontecer à oferta”, completa, perante o atual contexto.

Do mercado têm surgido vários sinais de alerta. Em agosto, segundo o Banco de Portugal, o número de avaliações bancárias diminuiu pelo terceiro mês consecutivo e os empréstimos à habitação registaram a primeira desaceleração desde outubro de 2020.

E, se entre abril e junho, foram transacionadas 43.607 casas em Portugal (mais 4,5% em termos homólogos), “em junho, pela primeira vez desde fevereiro de 2021, registou-se um decréscimo do número de transações”, alertou o INE.

Campainhas de alerta vistas sem sobressalto pelo setor imobiliário, até porque os últimos anos foram de um crescimento excecional. “O mercado cresceu muito nos últimos dois anos. Qualquer correção que possa acontecer agora não é de estranhar. Se não corrigisse é que seria estranho”, aponta Gonçalo Nascimento Rodrigues, consultor em finanças imobiliárias.

Fonte: CNN Portugal

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