Taxas mistas no crédito habitação atraem cada vez mais famílias

Em tempos de instabilidade, as taxas de juro mistas dão mais segurança a quem tem um empréstimo da casa. Porquê? Explicamos tudo.
31 ago 2022 min de leitura

Em Portugal, o crédito habitação é uma peça fundamental para completar o sonho de uma vida: comprar casa. E mesmo num contexto de maior instabilidade gerado pela alta inflação e pela subida da Euribor, que soma dias de subidas constantes, atingindo novos máximos, a procura por empréstimos habitação continua em alta no país. Mas, agora, as famílias estão de olhos pontos em soluções que lhes tragam mais estabilidade financeira, pelo menos, no médio prazo. É por isso que as taxas de juro mistas são, cada vez mais, uma solução em cima da mesa, pois permitem fixar os juros por um determinado período. No nosso país, as taxas mistas com juros fixados até 1 ano variaram entre 1,2% e 1,64%, consoante o tipo de crédito habitação contratado. E com juros fixados  entre 1 e 5 anos oscilaram entre 1,43% e 4,79% em junho. Mas como evoluíram ao longo dos anos? E como se comparam aos restantes países da União Europeia (UE)? O idealista/news mergulhou nos dados do Banco Central Europeu (BCE) e conta tudo.

O apetite por comprar casa com recurso ao financiamento bancário continua em alta em Portugal. Os dados mais recentes do Banco de Portugal (BdP) mostram que nos primeiros seis meses de 2022 foram concedidos 8.370 milhões de euros em novos créditos habitação, um valor 17% superior ao registado na primeira metade de 2021 (ou seja, mais 1.190 milhões de euros). E também o montante total concedido em empréstimos para comprar casa continua a subir, atingindo os 99.156 milhões de euros em junho de 2022 (+4,8% em relação a junho de 2021), apontou o regulador liderado por Mário Centeno.

Os dados revelam que, mesmo num momento de instabilidade, as famílias continuam a recorrer ao crédito habitação para comprar casa. Mas há vários fatores que estão a fazer com que os empréstimos para adquirir uma habitação estejam a ficar mais caros:

  • Preço das casas está a subir: aumentou 17,2% no primeiro trimestre de 2022 face ao período homólogo, segundo os dados do INE. E, com as casas cada vez mais caras, o montante pedido para financiar a compra da casa também será superior;
  • Novas regras do BdP: para proteger os bancos e os titulares do risco de incumprimento, o regulador português tem desenhado várias medidas macroprudenciais, impondo limites na taxa de esforço (até 50%) e no montante do empréstimo concedido (até 90% do valor da escritura). E a 1 de abril entrou em vigor mais uma medida que veio limitar os prazos máximos de pagamento consoante as idades. Esta medida está a encarecer as prestações da casa para quem tem mais de 30 anos, já que estes titulares terão de pagar o crédito em menos tempo;
  • Taxas de juro estão a subir à boleia da Euribor: depois de passarem cerca de seis anos no negativo, a Euribor a 12 meses chegou a 0,992% em julho e a Euribor a 6 meses aos 0,466%, fazendo subir as prestações da casa em várias dezenas de euros. Esta foi uma reação dos mercados à anunciada subida das taxas de juro diretoras pelo BCE, consumada em julho em 50 pontos base. O objetivo o supervisor europeu passa por baixar a inflação,que alcançou os 8,9% em julho na Zona Euro, para 2%.
Fonte: "Idealista news"
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