Sem falsos otimismos e sem alarmes: o que espera a mediação de 2023

Como se vai comportar o mercado imobiliário em 2023? E quais os desafios e oportunidades? Profissionais do setor respondem.
23 dez 2022 min de leitura

Entre a euforia e a depressão. O ano de 2022 apresentou-se como um ano bipolar, até esquizofrénico e marcado por vários desafios na economia global, e também no setor da mediação imobiliária em Portugal. Houve atividade, dinamismo e negócios, a crescerem lado a lado com a incerteza, face à reviravolta que a Guerra na Ucrânia trouxe, num cenário de pós-pandemia. A inflação disparou, as taxas de juro começaram a subir e o poder de compra das famílias e de poupança caíram, com Portugal, ainda assim, a manter-se atrativo, como destino de investimento. O que esperar, afinal, de 2023? O idealista/news ouviu vários profissionais do imobiliário, procurando antecipar tendências e apontar desafios e oportunidades para o ano que aí vem e promete ser de curvas.

  1. Balanço de 2022: um ano dinâmico, mas “agridoce”
  2. O que esperar do imobiliário para 2023
    1. Preços das casas: estabilização e ajustamento
    2. Comprar casa: mudança de critérios na procura?
    3. Desafios e oportunidades

mediação imobiliária tem dado boa resposta às crises, e os especialistas acreditam que a resiliência do setor vai manter-se no próximo ano. Depois de um 2022 dinâmico, e em alguns casos a bater recordes de vendas de casas e transações imobiliárias, 2023 avizinha-se, sem surpresas, como um ano desafiante, mas também de crescimento. As famílias portuguesas não terão a vida mais facilitada em termos de preços para comprar casa, embora se espere uma correção e ajustamento que, apesar disso, não será homogénea, uma vez o desfasamento da oferta face à procura é um problema grave que continua por resolver.

Os profissionais antecipam, por isso, uma natural retração ou adiamento das intenções de compra de casa, sobretudo para quem está dependente de financiamento bancário – que se espera mais rigoroso e criterioso. Sem rendimentos compatíveis com os valores praticados em grandes cidades, alguma procura vai ter de adaptar-se às circunstâncias, e apontar a mira às periferias, mas também a algumas zonas do interior. Já o investimento estrangeiro deverá manter-se constante e firme, com algumas nacionalidades a destacarem-se, de que são exemplo os norte-americanos.

Sem falsos otimismos, mas também sem alarmes, os mediadores fazem um balanço da atividade neste último ano, antecipando tendências para 2023.

Balanço de 2022: um ano dinâmico, mas “agridoce”

Em 2022, o mercado manteve-se dinâmico e registou-se um crescimento das transações imobiliárias, “o que comprova a resiliência do setor, mesmo num cenário de incerteza e de muitos desafios, como o que estamos a viver agora”, segundo Patrícia Santos, CEO da Zome. Para a responsável, o setor imobiliário continua a atrair muito investimento e a representar uma opção segura para investir, sendo “uma das formas mais rentáveis de aplicar o dinheiro”.

Rui Torgal, CEO da ERA Portugal, também destaca 2022 como um “ano muito positivo para o setor imobiliário, pautado por uma procura muito superior à oferta, apesar do aumento das taxas de juro e da inflação”. Uma visão partilhada por Luís Nunes, CEO da ComprarCasa. “Passámos a ter recordes de inflação dos últimos 30 anos e de taxas Euribor dos últimos 15 anos. Mesmo com esta realidade, a verdade é que o ano 2022 terminará com números bastante interessantes no mercado imobiliário. Sente-se uma desaceleração do mercado, mas positivo”, diz.
As taxas de juro e a inflação são, de facto, um dos “temas quentes” do ano, e que têm impacto direto na atividade, assim como nos orçamentos das famílias. Beatriz Rubio, CEO da Remax, aponta-as como “dificuldades inesperadas e que influenciaram o mercado”, às quais é preciso juntar um “espectro de crise económica europeia em 2023”. Em 2022, de facto, a inflação disparou, assim como as taxas de juro, superando, inclusive, as previsões de muitos especialistas. E as subidas não devem ficar por aqui. O Banco Central Europeu (BCE) voltou a anunciar no final da semana passada uma subida dos juros em 50 pontos, e revelou que pretende continuar a aumentar as taxas “significativamente" no próximo ano, para assegurar o retorno “atempado” da inflação ao seu objetivo de 2% a médio prazo.

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